Policiais são afastados em Rolândia por suspeita de desvio de cargas
Cinco policiais rodoviários estaduais de Rolândia são investigados por desviar cargas apreendidas; Gaeco cumpre mandados e apreende armas e celulares.
Cinco policiais militares rodoviários estaduais foram afastados de suas funções em Rolândia, após serem suspeitos de envolvimento no desvio de cargas apreendidas, incluindo celulares, dinheiro e joias. A operação foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Corregedoria da Polícia Militar, com apoio do Ministério Público do Paraná (MP-PR).
A Justiça determinou o afastamento dos policiais nesta quinta-feira (17), enquanto o Gaeco cumpria mandados de busca e apreensão em imóveis ligados aos agentes. Entre os itens recolhidos estavam celulares pessoais, armas e uniformes dos policiais, que ocupam cargos de soldado e sargento.
Investigações e desvio de cargas em Rolândia
De acordo com a denúncia, os policiais são investigados por desviar produtos apreendidos durante operações de fiscalização nas estradas da região, incluindo itens valiosos como celulares e joias. O Ministério Público também investiga se os agentes podem ter cometido o crime de concussão, que ocorre quando um funcionário público exige vantagem indevida. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados pelas autoridades.
Além das buscas nos imóveis dos policiais, outros três mandados de busca foram cumpridos contra pessoas que teriam se beneficiado do desvio dos produtos. Os investigadores acreditam que os agentes desviaram as mercadorias apreendidas para lucrar indevidamente com a venda desses itens no mercado ilegal.
Ação do Gaeco e apoio da Corregedoria da PM
A operação foi coordenada pelo Gaeco, um grupo especializado no combate ao crime organizado, em parceria com a Corregedoria da Polícia Militar. O objetivo principal foi coletar provas que confirmem o envolvimento dos policiais no esquema de desvio de cargas. Durante a operação, as autoridades também apreenderam documentos e outros materiais que podem ser úteis para a investigação.
A Corregedoria da PM do Paraná se pronunciou em nota oficial, afirmando que está colaborando com as autoridades responsáveis pela investigação e reiterando seu compromisso com a transparência.
“A corporação repudia veementemente qualquer comportamento contrário aos princípios da lei, da ordem e da ética”, diz o comunicado.
Os policiais podem responder pelo crime de concussão
Se as suspeitas forem confirmadas, os policiais podem que atuam em Rolândia, poderão responder pelo crime de concussão, uma infração grave cometida por servidores públicos que exigem ou se apropriam de bens ou vantagens de forma indevida no exercício de suas funções. Caso condenados, os agentes poderão enfrentar penas que variam de dois a oito anos de prisão, além de outras sanções administrativas, como a expulsão da corporação.
A Polícia Militar também informou que, paralelamente à investigação criminal, abrirá um processo administrativo para apurar a conduta dos envolvidos. Caso as acusações se comprovem, os policiais de Rolândia poderão ser responsabilizados não apenas na esfera judicial, mas também no âmbito disciplinar da PM.
O caso repercutiu em todo o Paraná
Afastamentos como esse são uma medida imediata para garantir que as investigações ocorram sem interferências. A suspeita de desvio de mercadorias apreendidas por agentes de segurança pública gera grande repercussão, especialmente em um momento em que o combate à corrupção e à má conduta de funcionários públicos está em destaque no país.
Este caso em Rolândia levanta questões sobre a confiança da população nas forças de segurança e a importância de fiscalizar as ações dos agentes públicos. A operação do Gaeco reforça a necessidade de uma investigação rigorosa e de punição exemplar em casos de corrupção dentro de instituições que devem zelar pela segurança e pela ordem.